domingo, 16 de outubro de 2011

Falando da própria vida.


Conto: A vida puritana.


"Eu mal podia dormir, que já tinha que acordar novamente e quando pensava em mudar um pouco as rotinas tão normais, logo aparecia algo a mais para se fazer. Eu não tinha sossego, não tinha calma minha alma era acalentada pelo afago de poucos momentos felizes. " Leio essas palavras tão atentamente, e fico presa a densidão com que elas se descrevem. Com que eu descrevi. Tudo era normal, tudo... Até ele aparecer, até ele conseguir me fazer abrir um sorriso lento no canto da boca, e ele é Damen, Damen Auguste. Um poderoso. Rico, bonito e tudo mais. E eu em meu humilde comprô contra essa felicidade que se instala, não pude fechar meus olhos para ver o modo como ele me olhou hoje. Sei que não devo alimentar expectativas, só por que me pagou uma nova tomate aquele dia não significa que esteja afim de mim, o que é muito pouco provável. Penso. E der repente uma mão pesada, e uma voz leve porém grossa diz meu nome bem atras de mim, e quando me viro é ele, Damem. 

— Evaline... Eu... — Ele tenta dizer, mas é logo interrompido por mim. 
— Olhe, desculpe, mas não tenho tempo o suficiênte para falar com você... Se quiser qualquer coisa, é só dizer mais rápido, não tenho todo tempo do mundo — Logo de depois que essas palavras saem, uma onda de arrependimento sobe dentro de mim. A verdade é que, eu queria beija-lo, e sentir o gosto que seus olhos mostram.
— Você pode fazer isso, se quiser — Ele ri, mas quando percebe minha cara de espanto, muda de foco — Sabe... Eu só queria mais uma xícara de café, pode ser? — Então ele se afasta e senta-se a mesa da cozinha.
— Alion vai estranhar você na cozinha muito tempo  — Então ele me olha enquanto pronuncio essas palavras e logo coloco em uma xícara um pouco de café. 
— Não ligo pra o que ele vai achar — E se levanta — Na verdade. Eu não bebo café, vim aqui para ver você, ver como estava — Ele diz, e se aproxima tanto que posso sentir seu halito fresco em minhas bochechas, e ver as pontas de corres de seus olhos escuros.
   — Estou bem — Apresso-me para sair de perto dele um quanto antes, se não, receio que não resistirei e isso me causará grandes problemas. 
— Fique mais um pouco, não precisa fugir de mim — Ele diz, analisando meus olhos, colocando suas mãos suaves em meus cabelos, e dizendo em meu ouvido — Sabe, Evaline. Você é diferente, especial. Tem um coração vivo, uns olhos sonhadores, e uma mente pura. — Tento fugir de seu olhar tentador, mas receio que seja tarde de mais. E Alion está lá, na porta da cozinha, com as sobrancelhas levantadas, e um olhar questionador no rosto. Damen se vira para ele, por parte, pensei que ele tomaria um decisão diferente, se afastaria de mim e me acusaria de tentar seduzi-lo, mas não. Ele continua com as mãos em meus cabelos, e o olho nos meus quando Alion diz
 — Desculpe atrapalhar qualquer coisa, mas Damen, você precisa se sentar comigo a mesa, temos muito que conversar. — Damen vira-se para ele, de modo qual, não tire a atenção de mim e diz
 — Só estou acertando umas coisas. — Ele diz, voltando para minha frente, e dando a Alion exatamente a ideia do que ele está acertando realmente.
— Certo — Alion fecha a porta, e se vai. Enquanto Damen me puxa pra mais perto, e com um olhar de quem pede muito de mim diz
— Você sabe, não é sempre que encontramos um olhar como esse, uma vontade como essa, um desejo como o nosso — E me beija, e por mais que uma parte queira me separar dele, por que sei que é sonhar de mais, a outra parte persiste em tentar. E se o preço por encontrar alguém tão perfeito quanto ele é sofrer um pouco depois, eu supero, nada pode ser pior do que não poder ter um amor verdadeiro.
  — Acredite... — Ele nos separa, mas só por um instante até que diga —  Você não vai sofrer — Exatamente isso! É como se ele sempre soubesse o que eu penso e o que sinto. E quero esquecer tudo, a sensação de seus lábios nos meus (sensação a qual eu nunca havia experimentado antes) é magica. E quero aproveitar, por mais que mais tarde ele se vá e nunca mais volte, o que importa é o agora.





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